quarta-feira, outubro 08, 2008

Chamada não atendida: ELA

Apesar de parecer distraído, ele estava lá, concentrado, olhar e mente fixos na idéia de transformar tudo em texto, condensando um turbilhão de informações em algo palpável, um tanto acessível para que num futuro próximo pudesse resgatar... Foi voltando pra "casa", naquele mesmo caminho entediante, e pensou em tudo, em como as coisas são e em tantas outras que deveriam ser. Reservaria o primeiro parágrafo para aqueles pensamentos, certamente... Muito complicado, àquela altura, pensar em pensar e não poder escrever ou escrever o que não deveria pensar. O silêncio tosco das palavras não escritas também pode comunicar muito. E ele acabava deitando todas as noites na companhia dessa incompetência aterradora.

Depois de vagar por aquelas ruas frias, imundas, firmou residência num velho albergue no bairro universitário, sob a alcunha de Puneet Kumar, um jovem estudante indiano, sobre o qual tudo que sabia estava resumido nas anotações do caderno das aulas de arte moderna e nos dados de sua carteira estudantil. Deitado, lendo um livro grosso mas de leitura fácil, anti-capitalista e até bem realista (se isso é possível, pensou!), cochilou. Menos que isso, tornou a si quando o livro lhe caiu sobre a face, e teve uma sensação esquisita de que na verdade não estava ali, de que aquela história toda era uma grande farsa, que nada daquilo existia e de que não lhe restava dúvida, muito menos nada o que escolher.

Acordou com uma vontade interminável e indescritível de tê-la, a mesma de todos aqueles dias. Era impossível querer sair daquele colchão velho quando ela parecia ali tão perto. Depois de todo esse tempo, senti-la naquela noite o deixou mais vivo, e ela, ainda mais atraente e especial. Era impossível não sonhar com o seu rosto, com o seu corpo, suas pernas lindas, cinturinha fina, os seios pequenos e todo aquele jeito de enlouquecê-lo que só ela tinha. Lembrar daquele encaixe perfeito... ela de costas, entregue. Os beijos molhados, mordidas no pescoço e mais um monte de detalhes proibidos que não convém aprofundar... Ele não tinha mesmo motivo algum para sair dali.

Conseguiu, enfim, se libertar daqueles pensamentos tentadores, tomou um banho frio, congelante, e foi mais uma vez ganhar o mundo. Os problemas financeiros, por mais que tentasse relevar, disputavam espaço com aquelas lembranças boas. Aquela chuva de informações (em inglês, claro!) sobre a atual crise financeira, o deixava louco. Mas ela estava lá, tão impossível, tão proibida e tão perto. Tão mais interessante que tudo que lhe importava era poder ficar com ela, por muito mais tempo do que teve oportunidade até agora. Ôpa! Acordou com o livro anti-capitalista no rosto, novamente. Precisava dormir. Amanhã vai acordar louco para tê-la mais uma vez.

(maybe) to be continued.



Follow Me
Beck


Follow me

Follow me
Baby, I won't let you leave if you believe in me
And I always set you free from all those yesteryears
But you don't know how much
I got believe in you

I was starting at your shoulder shivering
In such A coldest summer breeze
mean while I wonder why we're here
Look for the line between love and friends
we'll Be twisting ourselves again

I was standing at the corner on the street
Watching the wheels are turning free
Waiting to Back up on My feet
Reading a Line between Night and Day
I'll be twisting Myself Again

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