terça-feira, abril 29, 2008

Códigos de honra.

Um dia você aprende que não pode julgar as pessoas por seus atos. Mesmo que você tenha plena convicção da sua superioridade, da sua experiência. Aprende, um dia, que não erramos por imaturidade, mas porque em alguns momentos é simplesmente impossível vencer nossos sentimentos.

Um dia você aprende que, por mais racionais que sejamos, vai vir alguém por quem vale quebrar todas as regras, todos os códigos de honra. E que cercear e proibir para mantê-lo afastado dos "riscos" é uma estratégia muito arriscada. Um dia essa pessoa começa a ver onde está o risco de verdade. Aprende, um dia, que as pessoas não precisam ser iguais, nem muito menos completamente opostas, para seguirem em frente juntas. E que um dia o amor eterno passa, a paixão irracional passa, a raiva de um final triste passa... e depois fica um sentimento bom de que aquela pessoa valeu a pena e de que "foi bom enquanto durou".

Um dia você aprende que somos todos mutantes. Nossos interesses mudam, nossas personalidades mudam, nossas roupas mudam, nossos cabelos mudam... Aprende, um dia, que as pessoas que gostamos mudam e que nem sempre estamos preparados para amar essa nova pessoa.

Um dia você aprende, por fim, que tudo aquilo que você ensinou, do alto da sua experiência, não passa de uma grande bobagem. Porque aí os seus sentimentos vêm e te traem. E você acaba esquecendo que podemos até pensar e falar certas coisas, mas que escritas elas pesam muito mais.

segunda-feira, abril 28, 2008

Top 10 Reviews



Fuçando na Internet atrás dos últimos lançamentos do cinema, achei esse site. Verdadeira utilidade pública. Os caras fazem um ranking dos melhores filmes e das melhores músicas ano por ano, de todos os anos. É, digamos assim, uma mão na roda pra quem gosta de se antecipar e baixar uns torrents de boa qualidade dos filmes que demoram a chegar por aqui. E que muitas vezes nem chegam. Você pode até usar como desculpa que é só pra ver se vale a pena ver no cinema. Eu fiz isso com Jumper e Across the Universe. Vale a pena? Corro pro cinema!

O link com o ranking de 2008 é esse: http://movies.toptenreviews.com/list_2008.htm
Pra ver o ranking de qualquer ano é só ir na barra lateral à esquerda na tela. Boa diversão!

sábado, abril 26, 2008

o sonho de mentira?

uma menina especial disse que as pessoas não sonham assim com as outras. é uma invenção pra se reaproximar. e um cara lá sonhou com ela, um sonho sobre traição. e no outro dia aconteceu tudo aquilo que conversaram. fiquei bem impressionado com a história, mas dormi. não sei de onde vem isso, mas sonhei contigo! um sonho estranho onde a gente já tinha alguma história, nada talvez, e que aquilo ali era o ponto final. Vieram uns caras, uma história parecida e eu acordei. Puto. Puto e achando que aquilo tudo ali era mentira, só uma desculpa pra se aproximar.

Ele, ela e o cara otário.

Ontem tinha tudo pra dar certo. Ela estava ali, do seu lado. Ele chegou a acariciá-la, lhe deu um beijo singelo. E quis dar outros tantos muito mais quentes e muito mais apaixonados. Ela é linda, pequenininha e especial. E esteve tanto tempo ali e ele nem percebeu. Ou não podia.

E o cara otário, no dia mais especial da sua vida nos últimos tempos e do qual ele não fez parte, chega todo arrogante. E eles até aproveitam, porque talvez seja disso que sintam tanta falta. E ele, que achou aquilo tudo barato demais, criou coragem e falou o que queria. O cara foi tranquilo, muito mais pelo momento e pelo efeito do álcool, e transformou o seu orgulho numa autorização arrogante e prepotente.

E ele, que não tinha nada a ver com aquela noite que não era dele mesmo, preferiu ficar quieto, sozinho... Ia só escrever uma carta de amor disfarçada com eles, elas e caras otários, pra vê se ela entendia que aquilo tudo era pra ela, sim. Pra ela e pra mais ninguém entender. Ou entender errado e achar que é para si. Mas aí veio aquela outra história, a traição e otários egoístas pensando em si mesmo e falando sozinhos.

(Eu juro que ainda consigo só falar coisas lindas e só sobre a gente).

O número três.

Caralho! Caralho e filho da puta. Eu nunca usei tanto essas duas palavras. O cara vê aquela pessoa entrando pela porta e pensa em não falar com ela. Até porque, se ele não o fizer ela bem que passa despercebido. Ela que não deu nada pra ele. Que ficou ali, confortavelmente, pagando com sorrisos falsos ou insossos todo o esforço que fazia pra agradá-la. E o besta véi continua fazendo, porque aquela menina engraçada virou a alegria do seu dia, de todos os dias. E ele a definiu como intensa. E aí ela vem e diz, sem ninguém saber se é sério, que não vai mais voltar, que vai ficar lá com o outro, o que ela nem quer tanto como ele pensava.

Ele tentou algumas vezes contar a novidade besta, que não voltou pra contar pra todo mundo só porque ela, que era quem importava, não estava mais lá. Mas ela só pensa nela. Ele não chorou, mas ainda assim caíram três lágrimas, uma de raiva e duas boas. Ela conversou todo aquele fim de madrugada sozinha, vendo o otário se lamentar enquanto ela se sentia a otária da sua história. Viu como era verdade?! Viu como ele sonhou contigo e como o sonho era sobre traição? Mas não se preocupe. Ele vai responder, sim. Mas não como você espera. Ele vai devolver tudo em dobro e, muitos anos depois e quando essa história não importar mais, ele vai se arrepender. E vai ser tarde demais. E ela vai te pedir desculpas e vai continuar com ele.

Um dia ele vai esquecer teu nome, talvez. E vai ficar a idéia de que foi perdidamente apaixonado por uma menina com quem sonhou três vezes. Sozinho e junto... E depois acordou triste. E voltou pra sua vida apressado. Três vezes. Esse número é interessante, mitológico. Vários heróis passaram por três tarefas. Jó, no Velho Testamento. As três provas de Jó. Mas não foi escolha dele. Ontem, hoje e amanhã. E nem um dia a mais. E você esqueceu de avisar que ele não precisava pensar mais. Sabe o que ele queria de verdade, mais que tudo? Sim, você sabe. De verdade. Três vezes. Mas não era disso que você estava falando.

*Esse texto contém (umas poucas) frases roubadas, de mim mesmo e dela, e conversas de msn.

sexta-feira, abril 25, 2008

Inspiração

Ah! Eu vou voltar a ler a coluna do Macaco Simão e a bíblia do Millôr, o definitivo, que é pra apurar meu sarcasmo. Porque não existe texto mais brilhante que aqueles com pitadas de sarcasmo escondidas entre as palavras ou nas entrelinhas. Vai esperando!

O menino de rua e aqueles playboys bacanas

Falar de tudo que haviam conversado seria muito trivial, muito menos inteligente do que ele estava se acostumando a ser: um verdadeiro filósofo, como disse a menina importante que acabou de voltar. Era melhor recortar a história na sua parte mais insignificante.

Eu já vinha exausto de mais um dia chato de trabalho na rua. Passei por ali e vi aquele casal bem entrosado conversando. Eles pareciam isso, entrosados e encaixados. Mas não vi amor ou paixão naqueles olhares. Atrapalhei e pedi um cigarro. Ela me deu. Ofereceu o isqueiro e eu saí apressado pra tentar ganhar um último trocado qualquer. Mas o cara me chamou de volta. Olhou bem no fundo dos meus olhos (e ninguém olha nos olhos de um menino de rua) e disse: "Eu te conheço!". Eu lembrei do cara na hora, mas não conseguia acreditar que ele lembraria de um menino de rua em um dia tão banal.

Os caras playboys me chamaram e me puseram pra sentar na mesa deles naquele restaurante de bacanas. E os bacanas ficaram horrorizados, mas eles não permitiram que o segurança me tirasse dali. "Ele é meu convidado"! Eles riram e se divertiram demais com as minhas conversas mentirosas. E ficaram impressionados com a vida na rua, com quanto eu ganho engraxando sapatos e olhando carro, com a prisão do meu irmão e com o fato de eu te engravidado uma menina da minha mesma idade.

E ali naquela noite o cara lembrou de tudo isso. Se preocupou com meu irmão e se aliviou com o fato dele estar solto. Deu pra sentir o orgulho dele em ver que eu não havia fraquejado como ele. Perguntou pelo bebê e riu pelo fato deu estar pagando até pensão! E eu meio ainda desconsertado com aquele diálogo imprevisto, me apressei pra ir embora. Ele esticou a mão e me cumprimentou como a um dos playboys bacanas. Fui.

E quando já ia me perdendo de vista lá na frente, ele grita e, de novo, apavora os bacanas. Voltei. Ele tirou uma nota "graúda" da carteira de grife e me deu como um presente. Mas o mais massa foi sentir que aquilo não era uma esmola. Pareceu muito mais um prêmio, uma homenagem por eu ainda estar vencendo a vida. Fui de novo apressado e ouvi seu pensamento: "Esse garoto merecia uma chance de verdade".

Diálogo fraco e trilha sonora horrível.

- e aíííííí?!
- e aí o que?
- o meu amigo! o nosso amigo!
- é difícil.
[silêncio] [sobe BG de forró tosco e vozes]
- difícil é tu, que fica aí botando banca!

Ele voltou e esse papo-cabeça acabou por aí. Pense!

quinta-feira, abril 24, 2008

Eu erro, mas é pouco!

Depois daquela discussão véia besta sobre erros gramaticais, eu fiquei me perguntando se minha intuição havia falhado. Quando tenho dúvidas de português, eu penso na frase que minha mãe ensinou, tipo: "Quem beija, beija alguma coisa ou alguém". Aquelas regrinhas de VTD ou VTI, tá bem, verbo transitivo direto e indireto. Não lembro e não tô afim de pesquisar. Vai no sabe-tudo, o Google.

Eu fui! E de cara achei esse texto do
Hélio Consolaro. Cronista da Folha da Região (um jornal de Araçatuba/SP), coordenador do site Por trás das letras, professor de Português do Ensino Médio, autor de três livros e membro da Academia Araçatubense de Letras (isso está lá no site!). E transcrevendo tal e qual:

"Não é possível reduzir o ensino da língua em certo ou errado. Como também não se diminuem os erros em propagandas ou placas por decreto, estabelecendo multas. A questão é cultural. O verbo "assistir" tem duas regências que são aceitas por brasileiros de qualquer região, com variados graus de escolaridade.

A regência "assistir a" está franco declínio no português do Brasil, quase extinta. Nem os falantes cultos respeitam essa regra tradicional. Segundo o lingüista Marcos Bagno, "esse verbo passou por uma mudança semântica, isto é, uma mudança de significado, que provocou também uma mudança sintática, ou seja, no modo desse verbo se relacionar com as outras palavras da frase".

O mesmo lingüista afirma que em latim, assistir significava "estar junto a" alguma coisa, "comparecer a" algum lugar. Esse significado original se perdeu e o verbo passou a ser interpretado com o sentido de "presenciar", "ver", "observar", "freqüentar": assisti o filme; assisti uma briga; assisti o jogo; assisti um curso. Essa mudança corresponde às novas necessidades de expressão dos falantes, ela obedece às regras intuitivas de sua gramática materna. O uso do verbo assistir com objeto direto, sem a preposição "a", já está consagrado na literatura brasileira, além de ser amplamente usado por profissionais da língua escrita.

E Bagno completa: "Infelizmente, porém, a regência arcaica, obsoleta e moribunda continua sendo cobrada por algumas pessoas que se recusam a aceitar que a língua muda, como todas as outras coisas da vida do mundo"."

E estamos conversados! E me dá licença que eu vou ali assistir O filme, tá! Ô bicho otário!

quarta-feira, abril 23, 2008

O drama musical

Assisti esses dias o filme Once (Apenas uma vez, Irlanda, 2006). Um drama/romance/musical (como classificou o site Interfilmes) sobre um músico de rua que ganha a vida cantando as músicas que todos gostam, mas que ele não gosta, nas ruas de Dublin. E sobre uma moça, vendedora de rosas e apaixonada por piano, que ele conhece meio que por acaso. O filme é curto, meio bobinho e muito despretensioso. Parece que você está espiando a vida daquele cara que sentou do seu lado no metrô, outro dia. E meio que parafraseando o jornalista da Veja, é por isso mesmo que o filme é tão bom. Bom pra ver quando se tem pouco tempo, quando está sem sono ou quando a companhia é tão interessante quanto o filme promete.

Quanto ao gênero de filme que Once se enquadra... bem, isso já rendeu uma discussão véia besta com a Rafinha, que tem a opinião dela e não tem quem mude. Mesmo sem ter visto o filme ainda. O que não é necessário, já que falávamos do conceito de Drama e Musical. Pra ela, Musical é qualquer filme onde a música seja parte fundamental da narrativa, mesmo que os atores não fiquem pinotando e "dançando na chuva"! Beleza! Mas eu já acho que é um Drama e que a música, que faz parte da trama sim, está ali porque o cara é músico e ela, apaixonada por piano. Se ele fosse poeta e declamasse seus escritos e sonhasse em escrever um livro com a ajuda dela, ainda assim a mensagem do filme continuaria lá. E seria bom também, apesar da música ser bem mais interessante. Por isso que eu acho que tem música, sim, mas é um Drama.

Assista e tire suas próprias conclusões. E depois discuta com seu colega de trabalho teimoso da mesa ao lado. Ah! Depois que você assistir, lê o post "Um velho, a árvore e um conselho". Você vai entender. E taí o trailler pra dar um gostinho.


O par perfeito.

O que você acha que passa pela cabeça de um cara que vê uma linda menina e a primeira coisa que ele pensa é que provavelmente nunca mais, jamais, vai tornar a vê-la. Amanhã ele pode já ter esquecido. Afinal, não sabe sequer o seu nome.

Ela pode ser aquela menina de camiseta laranja, que ficou na esquina te vendo passar e quase leva um pouco de você ao fitar teus olhos. E que ele pensou, sim, em voltar lá, mas já estava muito atrasado para o encontro com a outra, que ele sabe que não é a mulher da sua vida. Ela pode estar em qualquer lugar, naquele mais inesperado, de shortinho de ficar em casa e sandália rasteira. E ainda assim ser linda, meiga e perfeita pro resto da sua vida. Ela pode estar ali, na fila do exame do laboratório! E ele pensa em fazer alguma coisa, rasga uma folha de caderno, pede uma caneta emprestada e escreve tudo isso aqui. Só que aí ela já foi embora e eles nunca mais vão se ver. Jamais.

O médico e o louco

Aquele foi, sem qualquer dúvida, o pior episódio da minha vida. Uma novela inteira. E eu não tinha nada a falar pra responder àquele monte de besteiras que me diziam, de que ia ficar tudo bem. O mundo tinha entrado em parafuso. Mas acho que era só o meu mundo. Aí foi naquele dia, o pior da minha vida, que o médico veio falar. Assim, "na lata", sem arrodeios nem analgésico. Soltou aquela tonelada de verdades sobre meus ombros e, ainda tão novo, tive que virar adulto. Assim, de uma hora pra outra e sem dar opinião. Ele foi duro, grosseiro até: "Você não é mais criança. Não adianta pensar que tudo vai ficar bem. Eu estou lhe dizendo que não vai. Ele não vai ficar bem. É só uma questão de tempo e isso vai acontecer hoje. Se prepare para o pior dia da sua vida e seja homem. Sua mãe vai precisar muito de você hoje". E saiu sem dar mais uma palavra. Mas falou, direto, o que eu precisava ouvir.

Chorei muito, mas muito menos do que viria pela frente. Arrumei demorando, procurei a culpa em mim, não achei e fui enfrentar o inferno daquela noite. Aquele lugar era horrível, tenebroso. Tinha mesmo cara de um lugar reservado para coisas ruins. Aí naquela noite, a pior da minha vida, que o louco veio falar. Foi mais carinhoso, me abraçou de lado e me apresentou os cômodos, as salas de tortura. "Essa noite é sua. Faça o que você quiser. Chore, se quiser chorar. Ria, se quiser rir. Sua mãe vai ficar aqui. Fique aqui, se você quiser. Se esconda, se você quiser." Chorei, muito. Ri, uma única vez, e não me senti culpado por isso. Aquele dia era meu e eu podia fazer o que quisesse, não era mesmo? Me escondi. Chorei quase tudo que podia e fui dormir, exausto. Porque o outro dia era só a continuação daquele, que foi o maior e pior dia da minha vida.

Todos vieram a mim e falaram. Coisas bonitas, palavras bonitas e frases prontas. Até música pronta. E numa panorâmica eu vi cada rosto conhecido desfigurado pela tristeza, enquanto aquela caixa descia para sempre. Naquele dia de quarenta e oito horas, o médico e o louco foram mais sinceros, falaram o que eu devia ouvir. Só que o louco foi um pouco mais sensato.

Parabéns! Esse ano você já roubou pra vocês.

Meu sócio-amigo, amigo-sócio!!! Parabéns, cara! Sucesso na vida e no trabalho. Talento e vontade você tem de sobra, pra dar e vender. Dar não que você é publicitário. Pra convencer e vender, então. Esse podia ser só mais um ano, mais um feliz aniversário, outro aniversário bacana e as velhas piadas infames sobre a velhice precoce. Mas esse ano vocês decidiram dar o grande passo. "Lascou-se!" E não vai ser mesmo só mais um ano. 2008. Pra lembrar desse ano, que é seu e dela. Feliz aniversário e parabéns, pra vocês.

Cerveja viciada


Essa tirinha está mesmo a cara desses dias de farra! Roubei na cara dura do orkut da Manu, a eterna cachorrona! Gente fina demais.

Marcado.

Agora que tô percebendo que pode ser pra valer.
Bom pra valer.
E que não tem nada de errado nisso.
Nada dessa história de honra.
Tudo parte de uma grande bobagem.
Pra justificar a posse.
Um sentimento de que mesmo não sendo,
aquilo ali é seu. Marcado.
É nada! Pode até não vir a ser meu.
Mas seu... não é mesmo.

Eu tenho que parar de pensar assim,
pra depois escrever as coisas bonitas que pensei,
enquanto a Lucy e o Jude se beijavam
pela primeira vez.


O velho, a árvore e um conselho.

Caminhando pela estrada de terra, depois de um dia duro de trabalho no campo, quando ia passando por aquela única árvore no caminho, de copa larga e sombra generosa, viu o velho sentado que o chamou: “Por toda sua vida você vai sempre cruzar com uma pessoa interessante. E você não precisa beijar sua boca para que ela se torne especial”. E simplesmente sumiu.

Across the universe. Rá! Eu vi no cinema.

Depois que eu assisti o filme com as músicas dos Beatles por meios, digamos, não legalizados, fiz propaganda pra deus e todo mundo. O filme é foda! Digo sem medo que é um dos melhores de 2007, se bem que a concorrência estava meio fraca. Ele figurou discretinho na lista dos selecionados do Oscar 2008, indicado para melhor figurino. Pelo amor de deus (pra não soltar outro palavrão)! E antes que alguém questione a indicação de melhor trilha sonora, vale lembrar que a categoria é, na verdade, melhor trilha original. Assim tá explicado!

Pois bem. Achei um absurdo sem tamanho um filme desse gabarito (gostando ou não dos caras, deve-se admitir: o filme é bom) não passar no cinema em Fortaleza e mais um monte de capitais. Ainda mais depois que lançaram, no circuito nacional, o Bob Dylan (I'm not there) por aqui. Com todo respeito ao Dylan e tal, mas os besouros de Liverpool foram muito mais importantes pro mundo todo. Numa tentativa fraca de se redimir com os fãs (dos Beatles e do cinema), o Severiano Riberio decidiu passar o filme aqui na província bela. Encaixa aí com teu horário: terça-feira, 20:30, no North Shopping. Isso mesmo, só lá e só nesse dia e só nesse horário. Fiz meu encaixe, mudei meu plantão de empresário da noite e fui pra lá.

Uma hora depois, levemente atrasado e depois de perder a primeira música, sentei pra ver de novo, agora na tela grande. Vale a pena. Pelas músicas, pela releitura, pelo jeito como as letras se encaixam no script como se tivessem sido feitas praquilo. Até que me controlei bem e só cantei algumas músicas, e bem baixinho. Devia ter muito fã. A cena passava e se ouvia ao fundo o nome da próxima música: "
Strawberry Fields"!

Não vou fazer resenha de filme. Isso é muito palha! Tem milhões de sites sérios fazendo isso aí. Procura no sabe-tudo, o google. É incrível como o filme se parece com as músicas dos Beatles. Parecem letrinhas bobas, de carinhas apaixonados, mas que têm muito mais coisa nas entrelinhas. E tem a atitude dos caras. Eles sabiam da influência que tinham e usavam isso pra tentar fazer um mundo que acreditavam melhor. O filme é intenso e passa com maestria pelas fases do grupo e da vida pessoal dos caras.

Mas o mais massa é que eu, que nunca fui dado a essas aventuras sem rumo, me identifiquei com a história. Deve acontecer com qualquer um. A coisa é tão interessante de um jeito, que você jura que podia estar lá no lugar do Jude. Vale a pena ver na telona. Só tem que encaixar.


Pensa e escreve sem pensar.

É incrível como eles guardam um carinho um pelo outro. Umas saídas que nunca dão certo, mas que os fazem se sentir perto, como na época em que se falavam pra lamentar as novas desilusões amorosas. Um dia, aquele pivete, pirralho, que não sabia nada do mundo, escreveu que ninguém jamais iria gostar dela como ele havia. Ela acreditou e por anos levou aquilo como uma maldição, um encanto. O pirralho ainda não sabe nada desse mundo, mas sabe que é óbvio que vai vir um cara que vai gostar dela, digamos, pra caralho! Pra caralho e pra sempre. E ele hoje torce por isso. Porque eles vão estar juntos pra sempre, passando por cima do ciúme de todos e de todas. Mas não nesse sentido.

Ele queria ficar com ela pra sempre. Sofreu tudo que podia, sofreu mais de um ano a sua perda. Ele queria dar o mundo a ela. Mas em três ou quatro meses seria muito difícil. Hoje ele enlata textos drogados num porta-retrato. Mas não nesse sentido. Ela queria só "ver qual era". Parecia interessante a reação daquele menino tímido quando ela decidiu, assim do jeito dela, parar de acenar pra ele naquele restaurante em que se encontravam vez por outra. Ela sempre teve um jeito estranho de gostar e de brincar com as coisas. Gosta de ser misteriosa e, no fundo, nunca deixou de gostar dele. Mas, claro, não nesse sentido.

terça-feira, abril 22, 2008

Caralho! Funciona!!! MIDOMI

Não é tão simples como disseram na matéria na VEJA, mas o Midomi, um site de busca e relacionamento com foco musical, funciona sim. Eu testei! Tudo que você precisa é de um microfone (até um fone de ouvido ligado na entrada de áudio resolve) e da sua linda voz.

Tudo bem que no meu primeiro teste o Midomi respondeu com várias sugestões "nada a ver", entre elas o Jordi,
cantando "Dur Dur D'être Bebé". Eu já ia desistir com essa ofensa virtual. Parece aqueles desaforos do Google quando você digita uma palavra e o site sabe-tudo responde com um "você quis dizer..."! Mas resolvi tentar de novo e soltei a voz. Das 13 sugestões que o site achou na busca, as quatro primeiras músicas eram a que eu queria. Na mosca!

O mais divertido, no entanto, é ouvir as vozes dos outros usuários, que gravam suas cantorias pra ajudar nas buscas futuras em pró do sucesso da ferramenta e da comunidade. Só isso já vale a visita! Experimenta lá: www.midomi.com. Pode ser que ele sugira que você quer ouvir a Britney.

Ela voltou.

É muita idiotice o cara achar que alguma coisa vai ser diferente, que tem algo de novo ou especial nessa história antiga. Nada será como antes. O passado está lá no lugar dele e não existe futuro pra isso. Ela não pensa em você, otário! Aquele carinho intermitente é só uma lembrança boa e respeito. Nada mais.

Você não duvida que ela também ainda sonhe com você. Afinal, ninguém manda na própria cabeça enquanto dorme. Você sabe que ela não sonha acordada. Isso não! Siga sua vida. Deixe o passado em paz. Aprenda a respeitá-lo.

Que diferença faz a distância em milhas, se vocês já haviam se perdido no caminho, mesmo com algumas poucas quadras os separando. Escolhas, meu caro! Esqueceu que foi você mesmo que fez essa. Talvez seja por isso que você se martirize tanto. Porque foi você mesmo quem escolheu. Não tem em quem por a culpa. Ela é toda sua. Você precisou errar em outros braços pra descobrir que ela era perfeita, o seu par perfeito. Isso não serve de nada agora, mas aprenda pra não cometer o mesmo erro com outra.

O cara foi muito rancoroso. Esse adjetivo horrível lhe cabe muito bem. Fez questão de se prender nas bobagens, mesmo quando ela decidiu ficar contigo pra valer. Como você conseguiu dizer que não tinha prazer em agradá-la, se ela abriu mão de tudo pra provar que queria estar contigo pra sempre? Perdeu-a porque era muito cedo pra se prender.

Ela voltou. E isso não faz a menor diferença. Nada será como antes. Eterno presente. Tudo que você vai ganhar agora são aqueles estranhos encontros ocasionais de volta. O que não é nenhuma vantagem, ver ela feliz com o outro cara. Vacilo total!


Testando um post de música direto do iJigg

Muita gente não conhece o iJigg (www.ijigg.com), um site de música que usa a mesma lógica do YouTube. Sabe aquelas horas que você quer ouvir uma música urgente e acaba digitando no YouTube e tem que ver um vídeo tosco com umas fotinhas passando, enquanto a tal música, que é o que importa, toca no fundo? Pois é! Nesse sentido, o iJigg é mais rápido e inteligente. Se você quer a música pra quê perder tempo baixando um vídeo?

Ah! Só por curiosidade, tem um cearense na equipe que inventou o iJigg!

E tô totalmente sem saco de ensinar como posta um link do iJigg no seu blog sem erros. Procura no Google! Pra fazer o teste tô botando uma música dos Beatles que tem um significado especial, aquela coisa de que a música se adapta à sua vida quando você quer. Era tudo verdade e eu já sabia o que ia acontecer. :-(


Escolhas.

Definitivamente, a vida é feita de escolhas.
As que fazemos, porque queremos.
As escolhas confortáveis, que podemos voltar atrás.
Correndo o risco de nada estar mais lá,
onde deixamos, quando voltarmos.

As escolhas unilaterais, porque toda escolha é assim.

E as escolhas que escolhem por nós.
Duras, frias, pesadas. Você, coadjuvante.
E um outro alguém cheio de responsabilidade,
experiente e arrogante (mas só um pouquinho),
por ter feito a escolha certa.
Quando você não escolhe,
vira figurante de outra estória,
que passou de raspão pela sua.

Eu queria só mais uma vez escolher
e ser prepotente só mais uma vez.
Eu queria escolher só mais uma vez te ter,
toda.
Escolher você por mais uma noite,
te dar prazer, te entender, pegar em você...
e depois fingir que eu escolhi
não mais te querer.

O que será que ela pensou

O cara foi morar fora, estudar. Nunca se entregou àquela viagem. O seu jeito diferente, o tipo latino, atraia olhares. No começo ele gostou, mas depois começou a ficar seriamente incomodado com aquele assédio. É óbvio que ele soube aproveitar-se disso quando era conveniente. E assim passava o tempo, com a cabeça em casa, no amor distante que deixara pra trás.

Naquele dia, acordou já de tarde, como de costume, comeu rápido num shopping ali do lado e correu atrasado para o metrô. Era a sua estratégia para aqueles dias chatos serem mais curtos. Sentou numa das várias cadeiras vazias, puxou um livro e torceu, como sempre, praquela viagem acabar logo. Ninguém olhou pra ele. Pelo menos não que ele tenha visto. Duas estações depois embarcaram duas senhoras velhas e uma menina linda, que não olhou pra ele. Nesse instante se arrependeu de não gostar que elas olhassem pra ele. Ela era linda, moreninha, pequena. Olhos meio esverdeados e um jeito meio latino também, apesar de não parecer brasileira.

Alguns minutos depois, de supetão, ela virou e pediu uma folha do seu caderno e uma caneta. O cara ficou sem entender, mas aquilo não lhe pareceu uma desculpa pra começar uma conversa. Não conversaram. Ela devolveu a caneta primeiro e quando ele já ia saindo, devolveu a folha também. Ele saiu apressado, deu alguns passos e abriu o papel. "Você lê demais! Estava com saudade. Pensava que não ia mais te ver. Preciso ter mais sorte". Naquele instante ele virou e ainda conseguiu fitar seus olhos enquanto o metrô partia. Ficou levemente apaixonado. Mais pela mágica da história do que pela moreninha.

Tiveram sorte, trocaram telefones, conversaram regularmente e se encontraram ocasionalmente. Ela estava visivelmente apaixonada. Ele gostava de passar o tempo com ela. Aqueles dias ficaram menos tristes e chatos. Mas aí o cara começou a se apaixonar pra valer. Mais pela moreninha do que pela mágica da história. E ele ficou com medo, muito medo de se envolver. Ele não podia se envolver. Dali a mais uns meses ia voltar pra casa, pra tentar arrumar o que havia deixado pra trás.

O telefone móvel dele quebrou e ela não sabia onde ele morava. Ela ligou infinitas vezes. Ele atendia, ouvia sua voz cada vez mais triste, mas ela não conseguia ouvi-lo. Ele podia usar um telefone público ou de um dos poucos amigos, claro. Mas se deteve a atender e ouvi-la chorar, como se ela soubesse que ele podia escutar. O cara foi muito filho-da-puta! Alguns dias depois as ligações foram diminuindo e acabaram. Ele sofreu muito pouco, quase nada. Foi covarde, fraco. Não quis arriscar sua vidinha tranquila. Desistiu! Só hoje, quando lhe fizeram a mesma coisa, ele ficou a imaginar: O que será que ela pensou?


segunda-feira, abril 21, 2008

memória boa.

um fim de semana bom.
normal, mas bom.
uma saída normal. conversas normais.
uma desculpa, normal.
uma promessa que não acreditei. lógico.
uma surpresa boa.
a música mais manjada dos hermanos,
com alteração numerológica!
só não entendi
o que melancia tem a ver com cactus?
;-)

Depois de um Domingo-sábado, uma Segunda-domingo

Hoje é um dia muito estranho. Quase todo mundo acha que a segunda-feira é o pior dia da semana, de qualquer semana. Eu me enquadro nesse quase todo mundo. E quase todo mundo acha o domingo o dia mais morgado de todos. Como quase todo mundo só tem o sábado e o domingo como dias livres, me parece um absurdo que o domingo seja tão mal utilizado. Ainda mais pra mim, que só tenho dois finais de semana livres por mês. E com esse feriado na segunda, o domingo virou dia de farra e a segunda se transformou numa segunda-domingo. Lascou! Quer dizer que juntaram o pior desses dois dias num dia só, foi?

Nessas horas é que aquela rotina tranquila de um namoro faz falta. Almoçar no shopping, esticar com um cineminha, dar uma volta na beira-mar, um jantar legal... Fácil! Muito fácil! Nem filme eu não tô com vontade de ver esses dias. Até porque na minha "lista de filmes a serem assistidos" ou eles são muito cabeça ou são meio depressivos. E eu não estou nem um pouco afim de ficar pensando naquelas coisas.

Quase todo mundo tem essa mesma sensação aos domingos. Deu numa pesquisa aí. O cara sai no sábado, ou no domingo-sábado, e vê "alguém conhecida"! Massa! Mas aí vem a porra do domingo (nesse caso, da segunda) e tudo que você queria é que aquela história tivesse dado certo. Pro cara voltar a ter domingos tranquilos. Tranquilos e felizes. Quase todo mundo quer isso. Tá comprovado.

domingo, abril 20, 2008

Música pra ler. A primeira.

Letra de música é um troço escroto! O cara escreve uma coisa e fica um monte de gente viajando na idéia, colocando coisa na boca dos outros. Eu tenho uma preguiça especial pra procurar música boa e nova. Tudo bem que é uma tarefa árdua mesmo. Mas eu prefiro receber indicações.

Vou separar os posts sobre músicas em "músicas pra ouvir" e "músicas pra ler", que nada mais são que as letras dessas pérolas. É que eu acho que existem algumas músicas que dá pra viajar na letra, tentando adaptá-la à nossa própria vida. É! Eu sempre fui craque em fazer isso! Como esse blog não tem regras, vou comentar algumas músicas e outras, não. Porque têm umas que já falam demais.

Retrato Pra Iaiá - Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo; Rodrigo Amarante

Iaiá, se eu peco é na vontade
de ter um amor de verdade.
Pois é que assim, em ti, eu me atirei
e fui te encontrar
pra ver que eu me enganei.

Depois de ter vivido o óbvio utópico
te beijar
e de ter brincado sobre a sinceridade
e dizer quase tudo quanto fosse natural
Eu fui praí te ver, te dizer:

Deixa ser.
Como será quando a gente se encontrar ?
No pé, o céu de um parque a nos testemunhar.
Deixa ser como será!
Eu vou sem me preocupar.
E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar.

De perto eu não quis ver
que toda a anunciação era vã.
Fui saber tão longe
mesmo você viu antes de mim
que eu te olhando via uma outra mulher.
E agora o que sobrou:
Um filme no close pro fim.

Num retrato-falado eu fichado
exposto em diagnóstico.
Especialistas analisam e sentenciam:
Oh, não!

Deixa ser como será.
Tudo posto em seu lugar.
Então tentar prever serviu pra eu me enganar.

Deixa ser.
Como será.
Eu já posto em meu lugar
Num continente ao revés,
em preto e branco, em hotéis.
Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.

Vírgula

Quem foi que disse que a bebida não leva a nada? Geralmente são as mesas de bar, regadas a umas boas cervejas, que proporcionam momentos de cultura aleatória ímpares. Nessa sexta-feira, um "mói" de amigos foram beber ali no Beer House (aquele bar quase nos trilhos da Pde. Antônio Tomás, que já teve um monte de nomes, mas minha referência é o primeiro: o Beco do Malandro). Apesar de nunca ter as três primeiras opções que você pede, nenhum bar em Fortaleza se propõe a fazer o que eles até conseguem: servir um monte de cervejas boas de vários lugares do Brasil e do mundo.

E entre cervejas de trigo, Original e as "peba", o Vitu Valdir levantou a famigerada questão do uso equivocado da Vírgula ou, melhor, a falta do uso da dita cuja. Entre as exemplificações, a melhor foi o diálogo entre dois amigos cujas identidades serão preservadas:

- Tu tá dormindo viado?
- Não! Acordei baitola!

E o pior é que um monte de gente pode ler isso e não vai entender a piada. Esse povo não entende nada de interpretação de texto!!!

Sim! Mas deixando a besteira de lado, essa introdução sem futuro foi só pra postar um vídeo muito massa que eu vi no Brainstorm9, feito pela Africa para os 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa. O filme mostra, de forma genial na minha visão de redator, como o uso (ou a falta, principalmente) da vírgula pode ser fundamental na construção de uma mensagem. Talvez você faça a mesma pergunta que eu fiz: "Porra! Esse locutor aí lendo cada frase não era totalmente dispensável?" O problema é que, sem ele, uma boa parcela dos receptores não entenderia a mensagem. O pessoal da criação certamente levou isso em conta.

sábado, abril 19, 2008

Bem vindo! O prazer é todo meu.

Decidi me render a mais esta tecnologia "internética" e estou criando meu blog. Muito mais por uma necessidade pessoal de escrever sobre coisas interessantes, que passam muito rápido pelas nossas vidas e acabamos não registrando. O objetivo aqui é ter, em tempo real e acessível em qualquer lugar, uma página onde eu possa relacionar links interessantes sobre publicidade, design, arquitetura, moda, música, viagens, gastronomia e mais uma série de coisas que eu acho interessante. A regra aqui é não ter regra. Falar muito, falar pouco, falar sério ou tirar onda. Este espaço será esgoistamente muito mais meu do que de quem decidir visitá-lo. Não estou afim de fazer sala! Então, já que entrou... pode ir se servindo que você já é de casa.