terça-feira, agosto 04, 2009

O fim do ano novo.

Ele definitivamente não gostava de escrever na primeira pessoa. E tinha uma mania terrível de escrever sobre suas escritas, de ficar pensando nas suas ideias. Um vento frio batendo nas costas, vindos daquela fresta indesejável da janela quebrada. Ele achava linda, a janela quebrada com a moldura de pedra original da típica construção portuguesa. Passaram a noite toda ouvindo música velha e lembrando de como era bom fazer isso em casa, com os amigos e até com os pais. Deu bem uma saudade grande das noites chatas com os pais.

Doze anos depois fica mais fácil entender tudo aquilo. Bem vindo a 2021. É! Você vai estar aqui: bem vindo a 21! A essa altura já passamos por umas três copas do mundo (é assim que os homens contam tempos tão longos), doze turbulências econômicas e mais um vexame do Brasil em casa, bem no Maraca! E a gente, ein?! Sempre gostei de músicas estranhas, mas só pra ouvir sozinho. Me bate um branco danado e não lembro mais de nada. Me ajuda?

Afundou numa depressão sem fim, daquelas que se disfarça com trabalho durante o dia, mas que à noite consome a alma. Faltava-lhe inspiração e sobrava saudade do passado. Uma pena ter dado tudo tão errado. Ficou tão amargo que nem toda aquela história de sucesso que almejava, doze anos atrás, lhe parecia bastante. Ela tinha muita razão quando pensava nisso. Era muito difícil a essa altura, parar e mudar a música. Preferiu, então, mudar o disco, virar a página, escolher um novo livro de cabeceira e pensar em um novo destino para sua próxima viagem solitária.

A quem esperava, sinceras desculpas. Essa é uma estória deprimente, sem final feliz. Melhor: sem final! Fuck off!

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