sábado, abril 26, 2008

O número três.

Caralho! Caralho e filho da puta. Eu nunca usei tanto essas duas palavras. O cara vê aquela pessoa entrando pela porta e pensa em não falar com ela. Até porque, se ele não o fizer ela bem que passa despercebido. Ela que não deu nada pra ele. Que ficou ali, confortavelmente, pagando com sorrisos falsos ou insossos todo o esforço que fazia pra agradá-la. E o besta véi continua fazendo, porque aquela menina engraçada virou a alegria do seu dia, de todos os dias. E ele a definiu como intensa. E aí ela vem e diz, sem ninguém saber se é sério, que não vai mais voltar, que vai ficar lá com o outro, o que ela nem quer tanto como ele pensava.

Ele tentou algumas vezes contar a novidade besta, que não voltou pra contar pra todo mundo só porque ela, que era quem importava, não estava mais lá. Mas ela só pensa nela. Ele não chorou, mas ainda assim caíram três lágrimas, uma de raiva e duas boas. Ela conversou todo aquele fim de madrugada sozinha, vendo o otário se lamentar enquanto ela se sentia a otária da sua história. Viu como era verdade?! Viu como ele sonhou contigo e como o sonho era sobre traição? Mas não se preocupe. Ele vai responder, sim. Mas não como você espera. Ele vai devolver tudo em dobro e, muitos anos depois e quando essa história não importar mais, ele vai se arrepender. E vai ser tarde demais. E ela vai te pedir desculpas e vai continuar com ele.

Um dia ele vai esquecer teu nome, talvez. E vai ficar a idéia de que foi perdidamente apaixonado por uma menina com quem sonhou três vezes. Sozinho e junto... E depois acordou triste. E voltou pra sua vida apressado. Três vezes. Esse número é interessante, mitológico. Vários heróis passaram por três tarefas. Jó, no Velho Testamento. As três provas de Jó. Mas não foi escolha dele. Ontem, hoje e amanhã. E nem um dia a mais. E você esqueceu de avisar que ele não precisava pensar mais. Sabe o que ele queria de verdade, mais que tudo? Sim, você sabe. De verdade. Três vezes. Mas não era disso que você estava falando.

*Esse texto contém (umas poucas) frases roubadas, de mim mesmo e dela, e conversas de msn.

Um comentário:

Rafaela Leite disse...
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